Seminário Pensamento Social: Desigualdades e Mudanças Sociais

Apresentação e objetivos

As desigualdades são um fenômeno multidimensional e sempre foram marcantes na sociedade brasileira. Alguns estudiosos tendem a concebê-las em vista de processos sociais universais, enquanto outros acentuam traços particulares e até singulares das desigualdades brasileiras. No pensamento social, desde os anos 1950, as desigualdades estão ponderadas em um conjunto de categorias elaboradas pelos cientistas sociais e intérpretes do Brasil: heterogeneidade, contemporaneidade do não coetâneo, alienação, demora cultural, marginalidade, resistências à mudança, latifúndio, colonização, subdesenvolvimento, imperialismo, super-exploração do trabalho, dependência, etc. Estudos recentes indicam que, apesar das mudanças sociais ocorridas nas últimas décadas, considerando os avanços sociais da última década, as desigualdades permanecem multidimensionais e tenazes na sociedade brasileira. Como ensina Florestan Fernandes “a mudança social não é um bem em si mesma e ela pode produzir efeitos negativos irreparáveis”. As mudanças sociais podem ocorrer em benefício de uma ou mais classes sociais, em detrimento do conjunto da população. Não seguem, de forma necessária, um curso progressista e democrático, assegurando e ampliando direitos. Democracia e desigualdades são referências para questionar a qualidade da mudança social no Brasil contemporâneo. O seminário objetiva apresentar, retomar, discutir estudos e pesquisas que contribuam para a formação de estudantes de graduação e pós-graduação e estimular o debate acadêmico. Ele vai colocar em discussão temas como desigualdade, mudanças sociais, desenvolvimento, revolução, literatura marginal, ruralismo e democracia no Brasil, explorando interfaces, proximidades, cruzamentos, distanciamentos, tensões e oposições imanentes à área de estudo em pensamento social.